Impactos da Reforma Tributária nas Decisões Fiscais e Enquadramento Tributário das Empresas para 2026

Por Rodrigo Valadão, contador, perito contador e sócio do escritório Dinastia Contábil.

A Reforma Tributária já começou a transformar a forma como empresas calculam impostos e escolhem seus enquadramentos. Com as novas regras previstas para entrarem em vigor gradualmente até 2026, muitos empreendedores e contadores estão revendo suas estratégias. Neste artigo, você vai entender quais são os principais impactos da reforma nas decisões fiscais e como preparar sua empresa para o futuro.

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1. O que muda com a Reforma Tributária

A principal mudança está na substituição de cinco tributos (PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS) por dois:

• IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), gerido por estados e municípios;
  
• CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), federal.

Ambos funcionarão como impostos não cumulativos, o que significa que as empresas terão direito a créditos ao longo da cadeia.

2. Fim da guerra fiscal e mudança de incentivos

Empresas que escolhiam estados por conta de benefícios fiscais do ICMS precisarão rever suas estratégias. O fim da guerra fiscal impacta diretamente:

• Indústrias que utilizavam incentivos para redução de carga;
  
  
• E-commerces que simulavam operações interestaduais.

Agora, a localização do cliente passa a ser o critério principal para a cobrança do imposto, não mais o estado de origem da venda.

3. Simples Nacional: continua, mas com ajustes

O Simples Nacional será mantido, mas parte da CBS e do IBS será destacada futuramente no DAS. A proposta prevê que o sistema atual conviva com o novo até pelo menos 2029.

Empresas que hoje estão no Simples devem:

• Avaliar o impacto da não cumulatividade no seu setor;
  
  
• Simular migração para outros regimes, caso a carga tributária fique menor;

• Monitorar a nova regulamentação do Comitê Gestor.
  

4. Reavaliar o Lucro Presumido e o Lucro Real

A substituição de tributos muda a composição dos custos e o aproveitamento de créditos. Assim, empresas no Lucro Presumido podem perder competitividade se não puderem aproveitar todos os créditos do IBS/CBS.

Já empresas no Lucro Real tendem a se beneficiar mais, mas precisarão reforçar o controle contábil e fiscal.

Atenção: as decisões de enquadramento devem considerar simulações reais com base no faturamento e nas despesas tributárias.

5. Novas obrigações e planejamento antecipado

Em 2026, empresas deverão lidar com:

• Declarações próprias para o IBS e CBS;

• Emissão de nota fiscal com destaque separado desses tributos;

• Novas regras para retenção e substituições tributárias.
  
  Para se preparar, é essencial:
  
• Atualizar sistemas ERP;

• Investir na capacitação do time fiscal;

• Contar com o apoio de um contador com foco em planejamento estratégico.
  

6. Conclusão: quem planeja, economiza.

A Reforma Tributária vai exigir mais do que adequações técnicas. Ela muda o modelo de decisão tributária, impactando desde a escolha do regime até a precificação de produtos. Portanto, antecipar-se às mudanças de 2026 é fundamental para garantir economia e competitividade.

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